segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CALMA! ESTOU CHEGANDO SEM PRESSA, MAS ESTOU CHEGANDO...

O pensamento  construtivista partiu da ideia de que a criança não é uma folha em branco sobre a qual se pode lançar qualquer tipo de informação. A educação/formação de uma criança não se compõe somente pela transmissão. É necessário considerar sua espontaneidade, embora não sem planejamento, como se tentou explorar num primeiro momento de crítica ao método tradicional. Explorar a espontaneidade da criança a partir de um planejamento significa elaborar e oferecer estímulos à criança para que ela aprenda, mas considerando sua história, seus valores, sua cultura, sua estrutura biológica e sua emoção. É importante observar que o planejamento é também significativo no reconhecimento quantitativo e qualitativo dos estímulos, isto é, uma sobrecarga de estímulos ou o oferecimento de determinados tipos deles em momentos indevidos pode impedir um bom desenvolvimento do aprendizado, ao invés de auxiliar na sua evolução. A ideia é que tudo está por construir. O conhecimento não está pronto e não é transmitido de um lugar ao outro. Ele é formado a partir das contribuições das partes. É aqui que identificamos o papel da imaginação da criança na construção de seu conhecimento, e no seu desenvolvimento. A imaginação nas fases iniciais da formação de um ser humano cumpre a função de oferecer possibilidades diversas de experiências, pelas quais construímos o que sabemos. Se somos impedidos de experimentar, podemos nos tornar adultos limitados e pouco criativos, e, possivelmente, profissionais ruins. A relação da imaginação com a construção do conhecimento pode ser observada nos desenhos produzidos por crianças de várias idades. Em cada uma das fases de nosso desenvolvimento expressamos nos desenhos nossa relação com o mundo. Nos primeiros anos, desenhar significa explorar a extensão do próprio corpo no espaço. Assim, os desenhos dessas crianças são nada mais do que elas mesmas. Na sequência das garatujas, aprende-se a construir um círculo fechado. Esse círculo será a base da figuração humana, em que representará a cabeça. Nesse momento, a criança começa a perceber que não coincide com seu desenho, ou seja, ela compreende que age sobre o papel. A partir de então a repetição passa a ter uma função preponderante na garantia de aprendizado, pois é através dela que a criança elabora o conhecimento.